Se as pessoas que me amam me querem viva, e se eu as quero vivas, quer dizer que fazemos diferença no mundo por simplesmente existir. Medo de morrer então vale, mas medo de viver também, quando viver estiver nos morrendo.
Arrogância e prepotência só são úteis com pessoas arrogantes e prepotentes, como defesa... devo ter medo de usá-las como ataque, especialmente contra gente simples e boa. Pode machucar pessoas e, sem medo, provavelmente vai. Pode machucar a mim.
Tem que ter um problema? Não tem que ter, mas pode ter – se a questão dá medo, não tem que ter, mas se não dá, é bom mesmo que tenha um problema.
Não há como não julgar, então lembrar de julgar para fazer diferente no que parece errado e para fazer igual no que parece certo. Medo de julgar não serve, mas medo de repetir os erros dos outros e os meus próprios serve.
Não vim à vida para machucar nem para ser machucada, mas acontece... porque ninguém é perfeito, nem eu sou. Serve o medo de machucar, bem como o medo de ser machucada, tanto pelas pessoas que amo quanto pelas pessoas de quem não gosto – é preciso saber defender os outros, mas também se defender dos outros. E já que ninguém é perfeito, vale tanto perdoar quanto pedir perdão. Culpas são para serem sentidas e desculpas para serem pedidas, bem como dadas a quem pediu.
A racionalidade serve tanto quanto a sensibilidade. Servem agora. Nenhuma das duas precisa ser uma avalanche, posso usá-las, em boa medida, para ser amiga, para escrever, cantar, ler, ouvir e falar, sem desabar nos outros. Mas posso também desabar nos outros se eu achar que preciso, assim como eles podem desabar em mim - como amiga, devo aprender a suportar e a ser suportada. Vale o medo de exagerar e de perder o equilíbrio entre racionalidade e sensibilidade.
Gratidão: vale a gratidão como reconhecimento da importância do outro na minha vida, mas vale ter medo de continuar pagando e pagando, quando a minha própria importância na vida dele puder já ter sido suficiente. Amizade e amor sobrevivem da troca e, na troca serve a dádiva, muito mais do que a gratidão. Lembrar de agradecer a Deus por ter tanto e sempre com quem trocar.
Perseguir e ser perseguida: quando a gente persegue, quer ser perseguido e, quando somos perseguimos, podemos perseguir. Mas vale ter medo de não parar nunca. Lembrar de perceber a hora de parar, porque deve ter sido assim que começaram as guerras. E eu não quero guerras.
A exaustão dá medo de parar. É bom procurar o que está me deixando exausta, para não querer parar tudo. Vale o medo de parar, mas também vale o medo de insistir no que já está esgotado. Em mim, megalomania geralmente cansa mais do que simplicidade. O que exaure você?
Vale ter medo das verdades que crio para outras pessoas, bem como ter medo das que só servem para mim mesma – já que são geralmente as únicas que realmente vão servir aos outros, e é delas que nasce a troca. Lembrar de conversar com o outro sempre dizendo quem é ele para mim e quem sou eu, também para mim, em vez de tentar convencê-lo de quem é ele para si ou de quem eu devo ser para ele.
Querer ver e ser visto vale. Mas tudo o que é demais... é demais. É bom ter medo de ver demais e de ver de menos, antes que a loucura esteja nos meus olhos e eu só veja o que quero ver. Também é funcional ter medo de ser vista demais, antes que dê vontade de sumir, assim como é funcional ter medo de sumir, antes que dê vontade de ser vista demais.
Lembrar de procurar minha imagem no espelho, mas ter medo de procurar, no outro, o meu espelho. Pessoas são diferentes e o amor mora na diferença, não nos espelhos.
Falando em amor a espelhos, vale ter medo do amor-próprio e da auto-confiança, já que, em excesso, fazem perder o próprio medo, e o medo foi tudo o que me restou quando eu achei que já não tivesse mais nada.
Arrogância e prepotência só são úteis com pessoas arrogantes e prepotentes, como defesa... devo ter medo de usá-las como ataque, especialmente contra gente simples e boa. Pode machucar pessoas e, sem medo, provavelmente vai. Pode machucar a mim.
Tem que ter um problema? Não tem que ter, mas pode ter – se a questão dá medo, não tem que ter, mas se não dá, é bom mesmo que tenha um problema.
Não há como não julgar, então lembrar de julgar para fazer diferente no que parece errado e para fazer igual no que parece certo. Medo de julgar não serve, mas medo de repetir os erros dos outros e os meus próprios serve.
Não vim à vida para machucar nem para ser machucada, mas acontece... porque ninguém é perfeito, nem eu sou. Serve o medo de machucar, bem como o medo de ser machucada, tanto pelas pessoas que amo quanto pelas pessoas de quem não gosto – é preciso saber defender os outros, mas também se defender dos outros. E já que ninguém é perfeito, vale tanto perdoar quanto pedir perdão. Culpas são para serem sentidas e desculpas para serem pedidas, bem como dadas a quem pediu.
A racionalidade serve tanto quanto a sensibilidade. Servem agora. Nenhuma das duas precisa ser uma avalanche, posso usá-las, em boa medida, para ser amiga, para escrever, cantar, ler, ouvir e falar, sem desabar nos outros. Mas posso também desabar nos outros se eu achar que preciso, assim como eles podem desabar em mim - como amiga, devo aprender a suportar e a ser suportada. Vale o medo de exagerar e de perder o equilíbrio entre racionalidade e sensibilidade.
Gratidão: vale a gratidão como reconhecimento da importância do outro na minha vida, mas vale ter medo de continuar pagando e pagando, quando a minha própria importância na vida dele puder já ter sido suficiente. Amizade e amor sobrevivem da troca e, na troca serve a dádiva, muito mais do que a gratidão. Lembrar de agradecer a Deus por ter tanto e sempre com quem trocar.
Perseguir e ser perseguida: quando a gente persegue, quer ser perseguido e, quando somos perseguimos, podemos perseguir. Mas vale ter medo de não parar nunca. Lembrar de perceber a hora de parar, porque deve ter sido assim que começaram as guerras. E eu não quero guerras.
A exaustão dá medo de parar. É bom procurar o que está me deixando exausta, para não querer parar tudo. Vale o medo de parar, mas também vale o medo de insistir no que já está esgotado. Em mim, megalomania geralmente cansa mais do que simplicidade. O que exaure você?
Vale ter medo das verdades que crio para outras pessoas, bem como ter medo das que só servem para mim mesma – já que são geralmente as únicas que realmente vão servir aos outros, e é delas que nasce a troca. Lembrar de conversar com o outro sempre dizendo quem é ele para mim e quem sou eu, também para mim, em vez de tentar convencê-lo de quem é ele para si ou de quem eu devo ser para ele.
Querer ver e ser visto vale. Mas tudo o que é demais... é demais. É bom ter medo de ver demais e de ver de menos, antes que a loucura esteja nos meus olhos e eu só veja o que quero ver. Também é funcional ter medo de ser vista demais, antes que dê vontade de sumir, assim como é funcional ter medo de sumir, antes que dê vontade de ser vista demais.
Lembrar de procurar minha imagem no espelho, mas ter medo de procurar, no outro, o meu espelho. Pessoas são diferentes e o amor mora na diferença, não nos espelhos.
Falando em amor a espelhos, vale ter medo do amor-próprio e da auto-confiança, já que, em excesso, fazem perder o próprio medo, e o medo foi tudo o que me restou quando eu achei que já não tivesse mais nada.
5 comentários:
Ei, Gabriela, que beleza!
O texto é bem-escrito, tem jogo de palavras, é filosófico, reflexivo.
E me chama a atenção o fato de ele ir contra o senso comum: este diz que não devemos ter medo; já você diz que há medos salutares.
Show de bola. Parabéns.
Legal, Lívio. Obrigada. Foi exatamente aonde eu quis chegar: se o medo existe, é pq serve. Só devíamos aprender como e quando senti-lo.
O medo é meu amigo. Mas ele não gosta de mim, não.
"Não procure o céu azul, no mar vermelho.
Não procure outras pessoas no espelho."
Medo todo mundo tem, mas eu não comprei o meu, e não aceitam troca e nem devolução.
Mas já que é de graça, fico com ele de mau gosto.
Pague o mal gosto e leve o seu medo. ;)
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