O que você lê é o que vivo, é o que carrego em mim todos os dias como quem carrega correntes. Tenho me percebido pesada pro seu mundo. E posso tantas coisas, tenho certa competência pra música, escrita, línguas, psicologia, mas não quero nada disto se o preço for solidão. Escrever sobre solidão, inclusive, já tem soado repetitivo, desinteressante, obsessivo. É isso. A solidão tem me ferido ultimamente pela sua prolixidade e insistente reincidência. Mesmo que não doesse, e talvez nem doa mais mesmo, eu estaria assim, cansada. Então desisto. Renuncio, sim, ao sado-masoquismo e ao pensar, se for esse o preço de você me fazer companhia. Cansada, sabe?! O que, de verdade, você quer? Diga, sem rodeios, e eu vou ser. E me responsabilizo, pode dizer. Paro de sonhar com parceria no dinheiro, no boteco, no silêncio, na arte, na mentira, na verdade, no céu e no inferno. De bom grado, viro coadjuvante da minha e da sua história e só acompanho você. Diga o caminho e eu vou. Só não vá embora assim, dando as costas, de saco cheio, porque a lente do espelho que eu sou refletiu dez vezes maior tudo o que de mais feio você acha que é. Nascer de novo, toda ao contrário ou só bonita, nesta mesma vida, creio que não consigo, mas deixe eu ficar do seu lado e posso abaixar o zoom, o volume e a luz, e até me virar de costas, se for o caso, quem sabe você me come e se esquece do que tanto, em nós, incomoda. Prometo manter os olhos fechados e gritar, gemer, gozar, sinceramente, a cada ponto G que você explore. Você não percebe, mas é isso que tenho feito, sozinha, por trás deste espelho que, aos seus sentidos, às vezes deixa meus orgasmos tão invisíveis e mudos. Então fique e nem este texto eu termino, não digo nada a ninguém, é tudo segredo só nosso, pois quem se interessaria? Estou realmente exausta e não quero o que quer que seja, nada disto me serve, se o preço for sem você.
A Bebel me deixa com cara de pastel
Pastel de vento
Que é pra voar lá longe
Onde a tristeza nunca vai me alcançar.
*Pedro Antônio de Oliveira*
4 comentários:
Saudosismo... década de 80 teve o melhor rock brasileiro de todos os tempos... pq. certos compositores não têm entrada na ABL? São poetas!!!
Serena e disposta... Gostei da mistura.
Case-se com a soledade, então.
como diz a tati bernadi: "perdoa por esse meu agora ser do tamanho do mundo."
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