quinta-feira, 12 de agosto de 2010

RE-CURSO

Sou invenções extremas de mim, que se alternam para sobreviverem. Outra inventa uma certinha,  socialmente adaptada, conservadora, moralista, que beiraria a arrogância se não se sentisse invariavelmente tão só. Quer casa, marido, filhos. Esta,  talvez por achar a vida sempre tão simples e fácil, não tenha motivos para se doer e por isso mesmo para se suportar, porque... né?! Então uma inventa outra, esta que subverte,  despertence, toca-se, abre em si mil feridas e cutuca pelo prazer de ver-se sangrar, de sentir-se viva, humanamente estranha. Mergulha em contradições sinceras, absurdas, exaltadas, indizíveis, até tornar-se novamente intragável e, outra, reinventar uma, num ciclo que não tem mais início-meio-fim. Um ciclo que, por nem se ter, consegue (apenas, indiferente) ser. Mas agora não há aqui nenhuma delas. Talvez seja esta a liberdade: a possibilidade de ser nenhuma das que eu (não) seria. Hoje, sem pleonasmos, eu invento as invenções.

3 comentários:

Anônimo disse...

É, já que todo homem no mínimo é dois

VAI NA FE QUE DA! disse...

Muito legal o seu blog! achei interessante, post legal!
Se puder passe pelo meu blog também!
http://vainafequeda.blogspot.com/

Lívio disse...

Há muitos em nós.