Nem raiva você merece de mim. É, você mesmo, que está aí, atravancando meu caminho, como diz Quintana - você, sim, é a centopéia que passará e eu, passarinho. Nem inveja, nem desdém, nem nada dessa feiura que eu escrevi anteriormente... nem estes textos horríveis você merece, ou melhor e aliás, é isso o que vocè merece, apenas estes textos horríveis, você, que fica aí, sentado nessa cadeira suja de bunda quente, achando que manda e desmanda na burocracia que nem é sua, de que nem você entende direito. Você sabe o que é burocracia, ao menos? - Só por curiosidade, teoricamente falando. Não, você não sabe e eu não vou me dar o trabalho de lhe explicar, porque não é o que você faz. O que você faz é dificultar e apedregulhar o caminho dos que querem chegar aonde você não chegou e o nome disso não é burocracia, o nome disso é inveja, é amargura, isso sim é niilismo, é raiva, é vida jogada fora que você tenta desesperadamente fazer gente como eu sentir por você pra que você mesmo pare de sentir. Mas você é tão fraco e tão pequeno e tão mesquinho e tão solitário e tão sem asas e sem pernas de centopéia - porque centopéia, de cem pernas poderia ao menos dançar -, que você apenas se arrasta e dá botes e destila venenos. Do seu veneno gente como eu faz soro antiofídico, lhe pega pelo pescoço, lhe enforca na própria corda, coleciona seus guizos. É isso aí, gente como eu coleciona seus guizos e sai voando, dançando em cem pernas, serena e pacientemente, enquanto você continua aí, no seu nicho feio e nojento. Gente como eu faz música percursionada do seu guizo... tsc tsc tsc... tsc tsc tsc... que se mistura com o barulho das asas, e os passinhos dançantes sincrozados de centopéias agitando freneticamente. É por causa de gente como você que existe gente como eu, Graças a Deus, que escreve certo por linhas retas. E a epifania chegou. Bom dia, cobra no banco do bote. Vá trabalhar que eu vou colecionar e tocar guizos, e bater minhas asas pra que centopéias dancem. Cada um no seu nicho. Desde já, grata.
A Bebel me deixa com cara de pastel
Pastel de vento
Que é pra voar lá longe
Onde a tristeza nunca vai me alcançar.
*Pedro Antônio de Oliveira*
Um comentário:
Boa, Gabi, mandou bem! Bom, espécies diferentes geram aberrações.
bjs os montes
Chris
ps: "cadeira suja de bunda quente" foi sensacional! Ri horrores...
Postar um comentário