terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CHICO DE DEUS

Meninada, hoje vou contar a vocês a primeira história. Ela fala de um menino que conversava com Deus. Ele nem sabia que era Deus - chamava de João, seu amigo invisível. O nome do menino era Chico. O Chico perguntava e o João respondia. Batiam o maior papo. Chico descobriu que João era feito de luz azul e falava todas as línguas e que o universo era imenso e existiam vários universos diferentes deste e, neles, outros humanos, parecidos com estes; e que João também tinha amigos - feitos de luz e feitos Chico.

Chico também contava suas coisas, ouvia e sabia muito bem de quase tudo, mas ninguém acreditava nele - mandavam pra psicólogo, psiquiatra, benzedeira, pra ver se parava com aquela ideiada boba e essa conversaiada sozinha. E Chico foi ficando triste, coitado... por que João não se mostrava a mais ninguém para provar logo que era de verdade? Por que deixava todo mundo achar que Chico estava era mesmo doido, todo zuado da cabeça?

E o Chico, com raiva, foi crescendo e mandando o João calar a boca. Mas não teve jeito: o João gostava mesmo daquele menino e era dele mesmo que ele gostava, e não precisava de mais ninguém saber, não, ninguém mais acreditaria mesmo, nem sabendo, como o Chico bem acreditava. Então João insistiu um cadim, até que voltaram a ser best friends. Um dava palpite na vida do outro e tudo... era bonito de (não) se ver.

É como disse o Mário Quintana: "Deus é mais simples do que as religiões." E mais: "por favor, deixa o Outro Mundo em paz! O mistério está aqui."

Um comentário:

Hellen Dirley disse...

Bebela,

Que fofura da sua história! Desperta mesmo simpatia e afeição. Conte outras iguais a esta e mil outras diferentes desta.
Parabéns pelo texto.
Beijocas.