quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SOBRE GRATIDÃO

Lara, eu vou dizer a verdade, eu realmente chorei ao ler o seu e-mail. Chorei porque nunca havia me colocado num lugar de tanta admiração, como você me fez. Eu não imaginava que você me tinha como ídolo ou algo assim, mesmo ao ler as minhas dores... tudo o que escrevo realmente sou eu, pelo menos no momento em que escrevo... e me lembrou o outro e-mail que recebi ontem da Hellen, que dizia que essa história de a grama do vizinho ser sempre a mais verde é uma besteira. Realmente não é. Eu contei a ela que sempre tive uma verdadeira implicância com o que convencionaram adolescência, porque parece que só adolescente tem direito de bradar a revolta humana por sentir que a festa parece sempre estar apenas na casa do outro. E a adolescência, na verdade, é direito e luxo de todos nós - mas uma adolescência em busca de um ideal, da festa no nosso próprio apartamento. É isso o que todos queremos, juntos, enxergar. É isso o que você tem tentado, pelo que me escreveu: conhecer-se, saber de si a sua potência e o seu limite, a sua sobriedade e a sua embriaguez, em roupas e vísceras.

Eu já fui você, assim, como já comentei em alguns dos seus textos, me identifico muito nos seus com os meus começos de escritas adolescentes descobridoras de sete letras, inclusive em relação aos ídolos, com os quais hoje, depois de muito lutar contra as minhas idealizações, os meus deslumbramentos mais poderosos, que embora me afastassem das pessoas que realmente estavam por trás daqueles "ícones", também me fizeram crescer, tentar alcançá-los, parecer-me com eles, fazer um pouquinho do que eu imaginava que todos eles eram desaguárem no que hoje eu sou e... pensando bem, tenho cá ainda os meus confluentes, como diz o saudoso Mário Quintana, que continuam aqui a desaguar.

Quero muito um dia poder conhecer e abraçar você pessoalmente. Foi uma poderosa, agradável e emocionante surpresa receber o seu e-mail e também o da Hellen, cuja resposta transformo, agora em post. Obrigada às duas pelo carinho. Um grande beijo.

Gabi.


3 comentários:

Lara disse...

Gabi, adorei ter esse espaço e essa oportunidade de "conversar" com você. E sobre ídolos... Eu sempre gosto mais da parte em que o Superman está pobre, devendo, mal pago e com a criptonita na cara. E, ainda assim, vence, com a cara e a coragem... Assim como nós temos fazer.

Hellen Dirley disse...

Bebela,

Só quero te doar amor e respeito. Este, só existe se acompanhado da admiração, jamais do temor. Receba-os e usufrua-os.
Esteja bem. Cuide-se.

Gabriela Maria disse...

Amor e respeito é o que eu já tenho por vocês duas. Eu que agradeço. ;)