Talvez fosse melhor nem começar, não dar nomes, não saber. Dá um medo de terminar a história em tragédia grega. Dá mesmo, vez em sempre, é vontade de parar no meio do texto. Eu queria ser um bicho, às vezes, e não ser obrigada a entender, nem a explicar nada disto. As pessoas deveriam ter o direito à ingenuidade do instinto. Parece que dizer a verdade é sempre pouco, a mim, a você... sempre... esta eterna ingratidão, pois que há impossibilidade de você ser eu e vice-versa. Pois, você sabe muito bem que se você fosse eu, bem aqui, no meu lugar, faria tudo certo, tudo direito, pra que o seu lugar continuasse o mais confortável possível. Mas você não é, então a gente se vê obrigado a conversar, a se (des)entender e a (des)acreditar um no outro chorando, como diz a Clarice, é o jeito, pois que "eu sou eu e você é você e esta é a solidão", acho que foi assim que a li. Também li há pouco tempo, da Ciência, que solidão não é sentimento universal, mas ocidental, moderno... fiquei me imaginando uma oriental há quinhentos anos e tentei não sentir solidão, aqui, em silêncio, mas daí já me perguntei se mais alguém no mundo deve pensar ou acreditar ou imaginar essas coisas e o ciclo vicioso recomeçou. Veio sono. Fechei, por hoje, o diário. Quando o coração se cansa e a cabeça frita, fazendo as palavras transbordarem da página, deve ser mesmo hora de encerrar o texto antes que termine em tragédia grega. Pois então (que seja) boa noite, de vivermos felizes para sempre. Até amanhã - e descobri que palavra solitária também salva vidas.
A Bebel me deixa com cara de pastel
Pastel de vento
Que é pra voar lá longe
Onde a tristeza nunca vai me alcançar.
*Pedro Antônio de Oliveira*
4 comentários:
MARAVILHOSO...
O melhor que eu já li... E olha que amo todos q leio...
Parabéns...
Vc me encanta cada dia mais...
Incrível...
Alexandre (BH)
"Incenso Fosse Música
isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além"
diria Paulo Leminski.
obrigada, BH e Rene. =)
Palavra solidária também salva vidas.
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