sábado, 5 de dezembro de 2009

E AGORA, GABI?

A luz se acendeu,
o povo chegou,
o som eclodiu,
a vida esquentou.

E agora, você?
Que afinal tem um nome,
faz versos, protesta,
você que, enfim, ama,
é amada, feliz.
E agora, Gabi?

Está em abraço,
falando bonito,
vivendo o melhor,
já não quer morrer,
chorar já não quer.
O sonho brilhou
e tudo é aí,
o mundo viçou.
E agora, Gabi?

Sua lágrima densa,
sua indecisão,
seu passo inseguro,
sua defesa cínica,
sua solidão...
seu medo - e agora?

De portas abertas,
não sabe ir e vir.
Diante do oásis,
não sabe beber.
Quer ir para Minas,
em Minas está.
Gabi, e agora?

Se você sorrisse,
se você dançasse,
se você brincasse
de dar cambalhotas...
Se você encarasse,
se você aceitasse...
mas você não aceita,
você é doída, Gabi!

Mãos dadas no dia
qual ciranda solta,
sem plena agonia,
sem um bom motivo
pra encosta em parede
ou fuga a galope...
você pára, Gabi!
Gabi, para quê?


"Ser feliz dói mesmo... ao contrário... mas dói." Gui Nunes

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CIRANDA

Viver é apolíneo, coisa de gente esteta: o cão atrás do próprio rabo ou Sísifo condenado a rolar eternamente a pedra de mármore - o contrário de mediocridade não existe e mesmo assim a vida é bela.


Vide: No Breu