Ela abre o caderno e espreme a caneta, na esperança de que palavras bonitas escorram para o papel. Palavras claras, que digam a importância de tudo isto - tanta presença e tanto abraço, tanta música e tanto sorriso, tanta filosofia e tanto tesão.
Agita, então, levemente, a caneta, para que, talvez trêmulas, elas também confessem um pouco do medo desta beleza toda. E, por isso mesmo, com a força do pensamento, ela ordena que a tinta continue molhada, até que ele chegue ao último ponto - assim ele saberá que um pouco de paciência mais pequenas doses de sopro quente provavelmente a farão sentir-se pronta.
Dobra com cuidado o papel, porque quer embrulhar e preservar o presente que aquelas linhas guardam. O presente ao presente que ele, subitamente, é.
E é agora, quando ele a lê, que as palavras secam para que ela, finalmente, umedeça.
7 comentários:
Acredito que este seu post é uma das mais belas cartas de amor, lindo mesmo. Consegue ir ao mais fundo dos corações!!!
Bjs
é, eu nao poderia esperar algo diferente de você.. meus parabéns :x
foi uma ótima descrição de quando se quando se faz uma declaração, quando se escreve um bilhete para a pessoa amada, só quem já passou por isso sabe como é, e você falou do jeito que acontece...
lindo post, meus parabéns e já espero anciosamente pelo proximo post :]
No começo, era o verbo. Depois, o bilhete. Depois, vocês dois. Bela gradação.
que lindo isso! ;)
O momento da criação.
Ai, ai. Minhas amadas madrugadas que me digam. E minhas saudades/calos amorosos também.
Maravilha, Gabi. Parabéns!
Gabi, não sei qual mais belo é!!!! Sua foto ou seus pensamentos...
Fico feliz, vc se supera a cada dia...
Bjus
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