quinta-feira, 15 de outubro de 2009

SOB LENTES

"Vi flores nascerem em lugares pedregosos
E coisas gentis feitas por pessoas de má aparência,
E a taça de ouro ganha pelo pior cavalo nas corridas,
E, assim sendo, eu também confio." (John Masefield)


Dei mais atenção às ervas daninhas que enfeiaram grandes jardins,
Às coisas pérfidas feitas por gente que sedutoramente sorria
E aos bons cavalos que nunca ousaram sequer competir.
Por isso, talvez, eu ainda prefira desconfiar.



Vide Epitaphius.

5 comentários:

treta disse...

a vida engana
com a gente
se engana
sempre

mas só assim a gente aprende.

Lívio disse...

O Bandeira escreveu que a poesia é "nódoa no brim". Pode também ser a erva daninha que enfei(t)a o jardim...

Menos disse...

Pois como as árvores podem ser secadas até sobrar apenas casca por alguma flor que venha pedir auxílio, eu prefiro desconfiar.

Se as folhas e as raizes fossem confiáveis não seriam cúmplices de tal parasitismo.

Portanto, prefiro desconfiar. Prefiro a indiferença que sustenta ao carinho que apunhala.

Losterh disse...

Relatividade, caos, Murphy, cordas?

Ah, é ilusionismo, mesmo.

Nélio Lobo disse...

Muito obrigado pela cordial referência, Gabi. Abraços.