domingo, 20 de março de 2011

TERMÁTICA

E agora é você quem me diz que vai dar tchau por um tempo e eu não sei o que será de mim sem você por perto. Eu aceito, eu espero, mas não sei o que será de mim. Eu saberia, se fosse um adeus, porque não sou acostumada a meios termos - eu saberia lidar com o extremo, amor.  Mas o meio termo é que mexe de verdade com o mais extremo de mim: da saudade, do medo, do caos, da solidão e do próprio amor.  Tenho medo de me doar ao extremo, de me arriscar extremamente ao meio termo sob pena de qualquer possibilidade de fracasso. Mas, pela primeira vez na vida, vou mergulhar nisso, corresponder ao seu "até mais" e fazê-lo florir com você o que pudermos, cada um na ausência meio-termática do outro. Nos extremos, enfim verdadeiros, das nossas doações, nos extremos enfim verdadeiros do que somos capazes de receber de alguém. Por amor, aprendendo, ensinando. E esse alguém sou eu. E esse alguém é você.

"Mudai, Senhor, a nossa sorte,
como as torrentes nos desertos do sul.
Os que semeiam entre lágrimas,
recolherão com alegria.
Na ida, caminham chorando,
os que levam a semente a espargir.
Na volta, virão com alegria,
quando trouxerem seus feixes."
(Salmo 125; 4-6)


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