domingo, 16 de agosto de 2009

INSONE

Hoje não escrevi nenhum poema,
não cantei nenhuma música
nem ri de qualquer piada.
Só precisei e quis chorar, chorar e dormir.

Estou cercada de ausências
que eu mesma criei
e as tenho mantido,
conscientemente, alimentadas.

Tudo tem parecido vazio,
sem sentido, automático.
Nem me empolgam mais
os ultimos capítulos da novela
nem os romances mais clássicos dos filmes.

Porque o amor, daquele jeitinho,
recíproco, feliz, complementar
- esse amor, me parece, não existe!
Não acredito nem quero mais acreditar.

Talvez a solução seja mesmo me esvaziar,
desprover-me de sentido, automatizar.
Sentir é algo que já não cabe nestes mundos.
Nem aqui dentro nem fora.

O pecado da cabeça que pensa,
do coração que arde, do espírito que se amotina.

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