quarta-feira, 19 de agosto de 2009

SOBRE ELA

A despeito de ser, em profundo desespero, a dona de todas as solidões do mundo, não assumia-se, covarde, dona de si.
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Tudo o que por ela era tocado desejava concisão; sentia-se, embora deliciosamente livre e amparado, invadido com extrema violência e voracidade.
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Mas o cheiro de sexo nos lençóis era incapaz de anestesiá-la daqueles abraços rasos, que se afrouxavam antes mesmo que ela pudesse esquecer o próprio medo. Ainda que ela fervesse, derretendo, se desintegrando, de dentro para fora, as paredes continuavam geladas e inertes.
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E, talvez, porque fosse também toda culpa e ingenuidade, não entendia a dificuldade da própria busca. Apenas sobrevivia implorando, miseravelmente, que a amassem, por favor, mais do que ela era capaz de amar a si mesma.

3 comentários:

Lívio disse...

Ela precisa aprender a amar a si mesma...

Diogo Rezende disse...

cara nova do blog
lindíssima essa foto gabi...

e esse texto hein? forte viu...
ser dono de si, tarefa árdua...

Elisa Maria disse...

ma-ra-vi-lho-so