A despeito de ser, em profundo desespero, a dona de todas as solidões do mundo, não assumia-se, covarde, dona de si.
.
Tudo o que por ela era tocado desejava concisão; sentia-se, embora deliciosamente livre e amparado, invadido com extrema violência e voracidade.
.
Mas o cheiro de sexo nos lençóis era incapaz de anestesiá-la daqueles abraços rasos, que se afrouxavam antes mesmo que ela pudesse esquecer o próprio medo. Ainda que ela fervesse, derretendo, se desintegrando, de dentro para fora, as paredes continuavam geladas e inertes.
.
E, talvez, porque fosse também toda culpa e ingenuidade, não entendia a dificuldade da própria busca. Apenas sobrevivia implorando, miseravelmente, que a amassem, por favor, mais do que ela era capaz de amar a si mesma.
3 comentários:
Ela precisa aprender a amar a si mesma...
cara nova do blog
lindíssima essa foto gabi...
e esse texto hein? forte viu...
ser dono de si, tarefa árdua...
ma-ra-vi-lho-so
Postar um comentário