Cresci ouvindo que amizade é feita de conveniência. Eu nunca quis concordar.
Meus amigos sempre significaram demais e o meu instinto de lealdade sempre me disse pra confiar incondicionalmente, perdoar compreensivelmente, disponibilizar-me maximamente. E foi assim que, repetidas vezes, eu quebrei a cara: uma discordância de idéias aqui, uma batida de valores ali, uma decepção relativa a atitudes acolá. Mesmo assim, de novo eu perdoei, confiei e me disponibilizei. Afinal, ninguém é perfeito.
Não obstante, eu não sou perfeita. O que eu penso ser certo, pode não o ser pra você. E não raras vezes eu também discordei, bati de frente ou decepcionei. A diferença é que o limiar de tolerância do lado de lá é quase sempre nulo - as pessoas não têm mais o hábito de, de novo, perdoar, voltar a confiar, se disponibilizar. A maioria delas pensa um mundo como eu cresci ouvindo - de conveniências. São e, com razão, pragmáticas, no sentido mais fiel da palavra. Não só nas amizades, mas em todos os relacionamentos humanos - a ordem é tolerar apenas pai e mãe, se é que ainda há ordem.
E é assim que eu tenho quase me transformado numa mônada: aprendi a ter medo de confiar no outro; medo de me expressar, de agir como acredito, porque no mundo alheio não há segunda chance, nem perdão; aprendi a ceder menos, porque a maioria das pessoas não cede nunca e, insistindo em ceder, eu posso acabar me perdendo. Aprendi que a arte moderna é o individualismo; é não depender da opinião, da ajuda ou da gentileza do outro. Aprendi que não posso errar nunca, porque eu sou descartável. E você também é. Por isso, a duras penas, tenho aprendido também a descartar.
E já estou aprendendo até mesmo a fazer fotossíntese.
"Estou triste porque vocês são burros e feios E não morrem nunca..." (Mário Quintana)
Meus amigos sempre significaram demais e o meu instinto de lealdade sempre me disse pra confiar incondicionalmente, perdoar compreensivelmente, disponibilizar-me maximamente. E foi assim que, repetidas vezes, eu quebrei a cara: uma discordância de idéias aqui, uma batida de valores ali, uma decepção relativa a atitudes acolá. Mesmo assim, de novo eu perdoei, confiei e me disponibilizei. Afinal, ninguém é perfeito.
Não obstante, eu não sou perfeita. O que eu penso ser certo, pode não o ser pra você. E não raras vezes eu também discordei, bati de frente ou decepcionei. A diferença é que o limiar de tolerância do lado de lá é quase sempre nulo - as pessoas não têm mais o hábito de, de novo, perdoar, voltar a confiar, se disponibilizar. A maioria delas pensa um mundo como eu cresci ouvindo - de conveniências. São e, com razão, pragmáticas, no sentido mais fiel da palavra. Não só nas amizades, mas em todos os relacionamentos humanos - a ordem é tolerar apenas pai e mãe, se é que ainda há ordem.
E é assim que eu tenho quase me transformado numa mônada: aprendi a ter medo de confiar no outro; medo de me expressar, de agir como acredito, porque no mundo alheio não há segunda chance, nem perdão; aprendi a ceder menos, porque a maioria das pessoas não cede nunca e, insistindo em ceder, eu posso acabar me perdendo. Aprendi que a arte moderna é o individualismo; é não depender da opinião, da ajuda ou da gentileza do outro. Aprendi que não posso errar nunca, porque eu sou descartável. E você também é. Por isso, a duras penas, tenho aprendido também a descartar.
E já estou aprendendo até mesmo a fazer fotossíntese.
"Estou triste porque vocês são burros e feios E não morrem nunca..." (Mário Quintana)
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